FGV recebe novo acervo de arquivos da primeira mulher eleita deputada federal no Brasil

Carlota integrou a Academia Nacional de Medicina e fundou, anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas.

FGV recebe novo acervo de arquivos da primeira mulher eleita deputada federal no Brasil

O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getulio Vargas (FGV CPDOC) recebeu o arquivo de Carlota Pereira de Queiroz (1892-1982), a primeira mulher a se eleger deputada federal no Brasil. O arquivo de Carlota passou a integrar acervo de arquivos de mulheres do CPDOC e a dialogar com arquivos de outras pioneiras como Almerinda Farias Gama, uma das primeiras mulheres negras a atuar na política no Brasil do início do século XX.

Graduada pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1926, foi pioneira nos estudos sobre o tratamento do câncer no Brasil. Carlota integrou a Academia Nacional de Medicina e fundou, anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas.

Em 1933, elegeu-se deputada para a Assembleia Nacional Constituinte. No ano seguinte, foi eleita pelo Partido Constitucionalista de São Paulo e exerceu seu mandato até 1937, quando foi decretado o Estado Novo. 

Seu arquivo é composto por 30 caixas de documentos textuais, impressos, fotográficos e audiovisuais, e inclui registros sobre sua participação na Constituinte, contendo álbuns em que Carlota figura como única mulher nas reuniões da Assembleia. O arquivo reúne ainda documentos sobre sua atuação ao lado de feministas importantes como Bertha Lutz e outras integrantes da Federação pelo Progresso Feminino.

Também se faz presente no arquivo seu gosto por literatura e sua aproximação da geração de intelectuais modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922. Carlota era amiga de Anita Malfatti, de quem era vizinha; colaborou na Revista Nova (1931), dirigida por Mário de Andrade e Paulo Prado; e participou de viagens com Olívia Guedes Penteado, uma das mais importantes mecenas do modernismo. 

O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) foi criado em 1973. A instituição tem o objetivo de abrigar conjuntos documentais relevantes para a história recente do país, desenvolver pesquisas em sua área de atuação e promover cursos de graduação e pós-graduação. Os conjuntos documentais doados ao CPDOC, que podem ser conhecidos no Guia dos Arquivos, constituem, atualmente, o mais importante acervo de arquivos pessoais de homens públicos do país, integrado por aproximadamente 200 fundos, totalizando cerca de 1,8 milhão de documentos. A organização desses arquivos e sua abertura à consulta pública, hoje totalmente informatizada por meio do sistema Accessus, são tarefas primordiais do Centro. 

Fonte: portal.fgv.br

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