Clima econômico na América Latina melhora no 3º trimestre puxado pelas expectativas

De acordo com as respostas dos especialistas consultados na pesquisa, a crise teria chegado ao seu pior momento, mas daqui para a frente a economia da região estaria entrando numa fase de recuperação

Clima econômico na América Latina melhora no 3º trimestre puxado pelas expectativas

Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina da Fundação Getulio Vargas (FGV) melhorou no terceiro trimestre de 2020, ao passar de 59,91 pontos negativos para 43,2 pontos negativos. O índice continua na zona desfavorável do ciclo econômico, mas apresenta um ganho de 16,7 pontos, em relação ao 2º trimestre.

O ICE é uma média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o indicador de Expectativas (IE). A diferença entre esses dois indicadores no terceiro trimestre, de 139,1 pontos, é a maior da série histórica. O ISA caiu entre o segundo e o terceiro tri de 2020, de 89,6 pontos negativos para 98,0 pontos negativos. Já o IE passou de 22,3 pontos negativos para 41,1 pontos positivos. A melhora no clima econômico, portanto, é explicada pela reversão nas expectativas, que passaram de pessimistas para otimistas, enquanto as avaliações da situação atual pioraram.

De acordo com as respostas dos especialistas consultados na pesquisa, a crise teria chegado ao seu pior momento, mas daqui para a frente a economia da região estaria entrando numa fase de recuperação.

“Há uma unanimidade em relação à situação atual ainda ser grave, tanto que o ISA de Brasil, Chile, Equador, México, Paraguai e Peru ficaram em 100 pontos negativos. Porém, os especialistas entendem que a crise do COVID-19 é uma crise de choque de demanda e oferta, não é uma situação permanente. Com certeza daqui a seis meses a perspectivas são de que esse efeito já tenha passado. Mas o protecionismo comercial deve persistir, em alguma medida”, analisou Lia Valls, pesquisadora associada do FGV IBRE.

A Sondagem perguntou aos especialistas se consideravam que a atual tendência protecionista irá se manter após o fim da crise do COVID-19. Na América Latina, mais da metade (59,8%) concorda parcialmente que o protecionismo comercial deverá continuar pós-pandemia, enquanto 25,5% concordam plenamente. Somente 3,1% discordam parcial ou plenamente. O Brasil segue o mesmo comportamento, com 25% dos especialistas respondendo que concordam plenamente e 56,3% concordando parcialmente sobre o viés protecionista no comércio mundial. No conjunto da América Latina, portanto, o cenário esperado no comércio mundial é de um aumento do protecionismo.

Resposta dos países às crises da saúde e da economia

A pesquisa também quis saber sobre fatores que podem ter impacto na atividade econômica dos países. Segundo a economista Lia Valls, chama a atenção duas das perguntas, sobre as medidas adotadas para minimizar os efeitos das crises da saúde e da economia. Na América Latina, o percentual médio de ações insuficientes no combate à pandemia ficou em 52,8%, e em medidas de proteção à economia foi de 45,4%. Nesse item, resultados acima dos 50 são fatores importantes, e abaixo dos 50 não possuem relevância.

Em nações como o Brasil e a Argentina, essas respostas foram bem diferentes nos dois quesitos: no Brasil, para 23,5% as respostas econômicas foram insuficientes, enquanto para 70,6% o combate à pandemia deixou a desejar (foram insuficientes). Na Argentina ocorreu o inverso: para 0,0% o combate à crise sanitária foi insuficiente, ou seja, por unanimidade o governo fez o que era correto, mas esse percentual ficou em 63,6% quando o assunto foi economia. Chile, Colômbia e Uruguai apresentaram os mais baixos percentuais de insuficiência no combate às crises em relação aos demais países, ficando abaixo da média da América Latina.

O estudo completo está disponível no site.

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